Duas pistas seletivas. Uma com 1.480 metros. A outra com 3.490 e 14 curvas. Circuito difícil, travado, trechos sinuosos e curvas fechadas. O Autódromo Velo Cittá,em Mogi-Guaçú, foi perfeito para soltar o Si. Uma fera equipada com motor 1.5 turbo de 208 cv de potência e força (torque) de 26,5 kgfm distribuídos pelo câmbio manual de seis marchas. O Honda Civic Si chegou aos concessionários por R$ 159.900.
O Sí compartilha a arquitetura com as outras versões do Civic. O cupê duas portas recebeu modificações que atendem as características esportivas. Ficou cinco centímetros menor e ganhou motor mais potente conjugado com câmbio manual de seis marchas.
O Si ficou 45 quilos mais leve em relação à geração anterior. A montadora destaca que com o uso de aços especiais a estrutura ficou 25% mais rígida e o peso 45 quilos mais leve em relação à geração anterior.
Na comparação com o Civic quatro portas, o cupê duas portas recebeu suspensões e amortecedores adaptativos, novas barras estabilizadoras, molas freios e o modo de condução esportiva para otimizar o desempenho.
As primeiras 60 unidades do Si que chegaram ao país foram vendidas e um novo lote está a caminho. A Honda não define os concorrentes da versão esportiva do Civic. Considerando o preço e as características esportivas, o modelo importado do Canadá está na faixa do Volkswagen Golf GTI e o BMW 120i Sport GP.
Para-choques vigorosos com amplas aberturas em preto brilhante, como a grade com o logotipo, faróis exclusivos do modelo vendido no país em full LED e lanternas também em LED com acendimento automático diferenciam a frente do SI dos irmãos mais comportados.
Nas laterais, além das duas portas maiores, teto rebaixado e rodas exclusivas de aro 18 polegadas e pneus 235/40 R18. Para completar, na traseira generoso aerofólio, defletores de ar na base do para-choque e escapamento central cromado.
Abertura das portas por aproximação, o interior, esportivo, funcional e sofisticado, é revestido em tecido couro e detalhes cromados, em alumínio e material que remete à fibra de carbono. O vermelho contrasta com o preto na iluminação do quadro de instrumentos digital, nas costuras do volante, bancos e laterais das portas.
Volante mulfuncional revestido em couro, partida por botão, bancos tipo concha em couro e tecido, ar-condicionado automático digital de duas zonas destacam o interior. A central multimídia conta com tela de sete polegadas sensível ao toque, interativa com smartphones e imagens das câmeras de ré e sob o retrovisor direito. Ainda sensor de chuva, sistema de som com dez alto-falantes, teto solar e freio de estacionamento elétricos.
A porta ampla facilitou o acesso. Ajustados o banco e os retrovisores e colocado o cinto de segurança, foram mais de dez voltas no Velo Cittá. Algumas para experimentar os recursos, outras para levar o carro próximo ao seu limite mas, claro, dentro dos limites do piloto.
Os bancos dianteiros tipo concha e encostos de cabeça integrados têm regulagem manual. Revestidos em tecido, acomodaram bem e, nas curvas, seguraram o corpo. Os pedais são bem posicionados. A boa posição de pilotar facilitou a visibilidade do quadro de instrumentos digital com indicador de pressão do turbo e até da Força G.
O motor 1.5 turbo despejou potência. São 208 cv e a força (torque) de 26,5 kgfm disponíveis a 2.100 rpm bem distribuídos pelo câmbio manual de seis velocidades. A embreagem macia – (ótima para quem fez cirurgia no joelho) – facilitou a constante troca de marchas da caixa com relações curtas e engates precisos, a cada curva, algumas delas com nomes estranhos sugestivos: macacos, caipirinha, museu, paciência, ferradura, vitória.
Os ajustes permitiram explorar a potência do conjunto propulsor, em especial nas curvas quando o carro pareceu se auto-conduzir com reduzida rolagem da carroceria. Se o condutor exagerar ao frear nas entradas de curvas, recursos como os controles eletrônicos de estabilidade e tração atuam e o cupê permaneceu estável.
A Honda não exagerou quando destacou o prazer da condução esportiva do Civic Si. O domínio do cupê foi perfeito mesmo próximo aos limites em curvas acentuadas ou trechos sinuosos. O comportamento melhorou e ficou mais arisco no modo de condução Sport que ajustou o carro para um desempenho mais rápido e esportivo. A direção ficou mais direta, a suspensão adaptativa mais firme e o acelerador mais sensível.
O Civic Si é daqueles carros fica difícil falar e mostra a suas virtudes na pista. Respostas rápidas, grudou no chão e manteve a trajetória sem tendência de escapar a frente ou a traseira nas curvas.
O bom conjunto propulsor aliado ao comportamento dinâmicos e aos recursos eletrônicos garantiram o prazer de dirigir com segurança, principalmente num autódromo seletivo como o Velo Cittá. Ficou a expectativa de como será o comportamento do Honda Civic Si nas ruas e estradas do país, nem sempre em boas condições.