Com PRISCILA NUNES / Especial
O reposicionamento da Volkswagen no Brasil e países da América Latina começou bem. O Polo cumpriu sua missão ao mostrar o avanço da marca alemã com um hatch que atende às necessidades de jovens de todas as idades. Generoso espaço para seu segmento, tem bom desempenho, gasta pouco combustível e oferece muita segurança. Rodamos cerca de 800 quilômetros com um VW Polo 200 TSI Highline que tem preço sugerido de R$ 69.190 e, com todos os opcionais, chega a R$ 76.350.
A expectativa criada em torno do Polo estimulou o interesse pelo hatch compacto e provocou a curiosidade por seus detalhes. Eu e a jornalista Priscila Nunes recebemos os mais diversos tipos de perguntas, do conforto ao desempenho passando pela tecnologia, segurança e consumo de combustível.
O Polo chama atenção por onde passa, ainda mais na cor amarela do test-drive em que fizemos, revelou a jornalista.
— Essa cor é vendida? — perguntou uma jovem enquanto eu estacionava para fazer as fotos do carro — lembrou.
O questionamento que Priscila ouviu foi recorrente durante todo test-drive. O amarelo Kurkuma, que tanto chamou a atenção, foi escolhido apenas para o lançamento do Polo e não está disponível no catálogo de vendas. Os pedidos nos concessionários foram tantos que a montadora prometeu avaliar a possibilidade de colocar a cor nos modelos de série.
O motor de três cilindros 1.0 turboTSI, a tecnologia e a segurança mereceram destaque na opinião da jornalista editora digital. “Mal aceleramos e o carro saiu rápido. Foi uma tentação acelerar um pouquinho mais, mas claro, dentro do limite de velocidade permitido."
Concordei com a Priscila. O câmbio automático de seis velocidades distribui bem os até 128 cv e a força (torque) de 20,4 kgfm (com etanol) do TSI. O bom desempenho não compromete o consumo de combustível. No test-drive conseguimos comportamento melhor do que os dados do Inmetro que foram para gasolina de 11,6 Km/l na cidade e 14,1 Km/l na estrada. No trânsito urbano, dependendo do fluxo, o Polo fez entre 9,8 km/l e 12,1 km/l. Já na estrada em velocidades constantes, ficou de 14,6 km/l a 17,1 km/l na média de 80 km/h, e de 13,7 k,/l a 16,4 km/l, a 110 km/h. A velocidade máxima segundo a VW é de 196 km/h (etanol).
O conjunto surpreendeu pelas respostas rápidas e a troca de marchas praticamente imperceptível. As retomadas garantiram ultrapassagens seguras, principalmente em estradas de pista simples. Para um desempenho mais esportivo foi só recorrer a troca de marchas pelas aletas atrás do volante ou optar pelo modo Sport, que melhora o desempenho mas aumenta o consumo de combustível.
— A sensação de segurança que o carro ofereceu foi e excelente. Só quem anda, consegue sentir — reiterou Priscila.
A dirigibilidade foi ótima, facilitada pela direção elétrica. Leve, precisa e progressiva deixou a sensação de pleno domínio do carro que atendeu com eficiência os comandos do condutor.
A suspensão firme não comprometeu o conforto e absorveu pequenas irregularidades do pavimento. Mas claro que sentiu as crateras comuns nas ruas e estradas. Precisa, em conjunto com a direção de assistência elétrica progressiva, venceu, dentro dos limites de velocidade, curvas mais fechadas praticamente sem balanço da carroceria.
Para Priscila, dirigir o Polo foi uma sensação de liberdade, misturada com tecnologia e segurança. Os ajustes de altura e profundidade do volante e da altura e encosto do banco permitiram encontrar a melhor posição de conduzir na cidade quanto na estrada.
Maior, mais largo e mais baixo em relação ao modelo anterior, e bom espaço, o Polo acomodou bem dois adultos e uma criança no banco traseiro. São 4,05 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,46 m de altura e entre-eixos de 2,56 m. O porta-malas leva de 300 litros a 1.071 litros com os bancos traseiros rebatidos.
O bom acabamento interno, como a maioria dos modelos do seu segmento, utiliza plástico rígido mas com texturas diferentes, combinando o preto com detalhes cinza e cromados. A jornalista destacou o do quadro de instrumentos e a central multimídia digitais permitiram diversas configurações.
— Gostei das funções do Smartcluster — o painel de instrumentos digital - e também do sistema multimídia Discover Media e espelhamento com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay. Além funcionais, dão um ar de modernidade e sofisticação para parte interna do carro.
Acesso por aproximação, partida por botão, direção elétrica, volante multifuncional com aletas para a troca sequencial de marchas, ar digital, controle eletrônico de velocidade, porta-luvas refrigerados, quatro airbags (dois dianteiros e dois laterais) e luzes diurnas em LED são originais de série.
Os opcionais incluem bancos e portas revestidos em couro sintético Native, que custam R$ 800.
O Kit Tech High, por R$ 2.800, acrescenta Central Discovery Media com tela de 6,5 polegadas sensível ao toque, GPS e câmera traseira, sistema de comandos por voz, faróis com ajuste automático de intensidade, retrovisor eletrocrômico, sensores de chuva, crepuscular e de estacionamento dianteiro e traseiro, detector de fadiga, indicador de pressão dos pneus, sistema de frenagem pós-colisão, porta-malas com rede e ajuste de altura do assoalho e antena estilo tubarão.
O Technology Pack, que aumenta o custo em- R$ 4.500, inclui o Kit Tech High com quadro de instrumentos digital e rodas de liga-leve de 17 polegadas.
Conclusão: Na versão topo de linha, o Polo tem bom apelo sem os opcionais, compatível na relação custo/benefício em relação aos principais concorrentes, as versões mais caras do Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Fiat Argo. Completo, o preço aumenta mais de R$ 7.000 e chega a R$ 76.350, o que deixa de ser acessível.