O ousado plano da General Motors para a América Latina com investimentos de R$ 13 bilhões prevê a atualização das linhas de produção e dos veículos atuais, e o lançamento de novos modelos convencionais, híbridos e elétricos. A norte-americana deverá lançar 20 carros nos próximos anos dentro da estratégia global de zero emissões, zero acidentes e zero congestionamentos de trânsito.
O Brasil e a América do Sul acompanharão o avanço das novas tecnologias desenvolvidas pela General Motors. O vice-presidente da GM Mercosul, Marcos Munhoz , destacou que a filial brasileira acompanha o trabalho realizado por 2.500 engenheiros em Detroit, nos Estados Unidos, para no momento oportuno aplicar os novos conceitos e projetos no país. Durante evento na Associação Comercial e Industrial de Gravataí (Acigra), ponderou que ainda deverá demorar um tempo, mas garantiu que o Brasil não ficará de fora.
O complexo de Gravataí é a principal e a mais moderna planta da GM na América do Sul, responde por mais de 50% das vendas e 60% da produção. Sobre a possibilidade de produzir veículos híbridos ou elétricos na planta gaúcha, o executivo admitiu que poderá ser uma oportunidade no futuro, mas que pelos elevados investimentos exigidos precisará do apoio dos governos do município e do Estado.
A General Motors responde por 36% do retorno do Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) de Gravataí, muito à frente da segunda colocada, a Pirelli, com 8,3%. O complexo foi inaugurado em 20 julho de 2000 com 804 empregados. Com novos investimentos e duas ampliações, a fase atual a aplicação de R$ 1,4 bilhão, no dia 11 será retomado o terceiro turno com mais 700 vagas na montadora e 1.000 nos sistemistas.
Líder a 26 meses do mercado brasileiro, a GM emplacou 37.354 veículos, o que garantiu a participação de 18,9% de participação entre os automóveis e comerciais leves. No ano, a marca acumula 356,6 mil registros com avanço de 15,6% em relação ao mesmo período de 2016, enquanto o mercado cresceu total cresceu 9,8%.
O Chevrolet Onix também é por 26 meses o carro preferido do brasileiro. O hatch fabricado em Gravataí teve 18.6221 emplacamentos em novembro, novo recorde de venda. Além do Onix, a marca norte-americana lidera os segmentos de sedã em geral e sedãs compactos com o também gaúcho Prisma, o de minivans com a Spin, sedãs médios-compactos com o Cobalt, hatches médios com o Cruze Sport6 e picapes médias com a S10.
Munhoz atribuiu o sucesso da empresa à coragem de investir durante a crise, ouvir o cliente, criatividade, tecnologia, acreditar na capacidade de suas equipes, do design à produção, e contar com uma rede forte de concessionários.
- É o reflexo da boa aceitação do consumidor para os investimentos que fizemos em design e tecnologias de eficiência energética e conectividade em toda nossa linha de produtos - disse Munhoz.
O executivo destaca que a GM também está investindo na fábrica de motores de Joinville para triplicar a produção e atender no futuro as necessidades de Gravataí, em São Caetano do Sul, e Mogi Das Cruzes, no interior de São Paulo, e na unidade de Rosário, na Argentina.
A trajetória de Munhoz na GM se confunde com a própria história do complexo de Gravataí. Quando voltou dos Estados Unidos, depois de atuar cinco anos na matriz norte-americana, integrou o grupo seis pessoas do Projeto Arara Azul que desenvolveu o Celta e a implantação da fábrica gaúcha. Nas diversas funções que exerceu, acompanhou as ampliações do complexo e o lançamento de novos produtos. Hoje vice-presidente da General Motors Mercosul, lidera a nova fase de ampliação e o desenvolvimento de futuros veículos que serão montados na planta gaúcha.