Ele foi o atleta mais badalado entre os esportes individuais como cartão de visitas do Brasil para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Desde que se encerraram as Olimpíadas do Rio de Janeiro, criou-se a expectativa de que o baiano Isaquias Queiroz havia começado uma caminhada para ser o maior medalhista brasileiro de todos os tempos.
Há cinco anos, foram três — duas de prata e uma de bronze. Ele colocou a canoagem brasileira em um novo patamar. No Japão, frustrou-se ao não ir ao pódio na canoa C2 1000m, mas havia ali a justificativa da troca de parceiro em função de lesão. Agora, é diferente.
O sempre confiante e positivo Isaquias disputará a final de sua especialidade, a canoa C1 1000m. Depende apenas dele, que nas fases de classificação já obteve o melhor tempo.
Não é exagero já projetá-lo na final. É ele mesmo quem assume o favoritismo e já se lança candidato a voltar ao pódio em Paris, daqui a três anos. Já sendo bem conhecido nacionalmente, o canoísta está a alguns metros da consagração maior de sua carreira.
Campeã do calor
A alta temperatura em Tóquio é uma marca destas Olimpíadas. O forte calor, porém, não é uniforme nos diversos locais de competição. Em alguns lugares, a situação se mostra mais insuportável.
Para jornalistas, pessoas de apoio e atletas, nenhum lugar é mais quente do que Sea Forest Waterway, sede das provas de canoagem. Não há uma explicação exata para o fenômeno, mas a proximidade com a água da baía e a falta de sombra castigam violentamente que acompanha as disputas.
Se houvesse um ranqueamento, entrariam como medalha de prata a pista de skate e bronze para o vôlei de praia. Nunca se fica abaixo de 34°C.
Prova com torcida
Os maratonistas, bem como os competidores da marcha atlética, acabaram ganhando duas vezes com a transferência de suas provas para Sapporo, no norte do Japão. A primeira vantagem — e objetivo da transferência — é a fuga do forte calor de Tóquio. A segunda já foi constatada nas marchas, com a presença de grande público nas ruas incentivando os atletas e fazendo uma verdadeira festa, algo impossível na capital japonesa em função dos rígidos protocolos sanitários.
As imagens das disputas pelas ruas da cidade lembram tempos de normalidade. Melhor, entre outros, para os brasileiros Daniel Chaves, Paulo Roberto de Almeida Palma e Daniel Ferreira do Nascimento, que representarão o país na última prova do atletismo das Olimpíadas.
Deles, o que tem melhores chances é Daniel Nascimento, o Danielzinho, paulista de 23 anos que neste ano obteve o índice para os Jogos de maneira surpreendente, dada sua pouca idade e experiência pequena na longa prova.
A volta de Renato ao Japão
Em meio a conversas olímpicas, os jornalistas brasileiros não esquecem do futebol que segue seus campeonatos. Nos cariocas, surge uma empolgação com o Flamengo, agora sob o comando de Renato Portaluppi. Ao comentarem animados o futuro da equipe, já projetam uma volta ao Japão para o Mundial de Clubes, cuja decisão será em Yokohama, mesmo palco da final do futebol olímpico neste sábado — e onde já foram campeões São Paulo, Inter e Corinthians, além da Seleção Brasileira em 2002.
Medalha de Ouro — Brasil — Ainda que sem definições quanto a ouro ou prata em decisões neste fim de semana, será ultrapassado o número recorde de medalhas conquistado no Rio de Janeiro em 2016.
Medalha de Lata — Caso Tandara — Toda a vez que se vê alguém envolvido no controle antidopagem, cria-se uma situação desagradável para todos, especialmente para os atletas.