Enquanto uma gaúcha, Mayra Aguiar, torna-se a primeira mulher a ganhar três medalhas consecutivas para o Brasil, outra se consolida como uma líder absoluta num esporte coletivo candidato a ouro. Impressiona a ascendência que Fernanda Garay tem na equipe de vôlei.
O jogo brasileiro passa por ela, seja na qualidade de seus ataques, pela ponta, pelo meio, próxima da rede ou decolando do fundo da quadra. O segredo passa também pela personalidade. Garay tem o sorriso que anima e mobiliza o time, mas também solta o grito enérgico de censura que corrige.
Remanescente do grupo medalha de ouro de Londres em 2012, a jogadora está vivendo um ápice técnico que a torna referencial em todo o torneio. Passará necessariamente pela camisa 16 do time de José Roberto Guimarães a possibilidade de mais um pódio verde e amarelo.
A vitória sobre o Japão novamente mostrou a importância de Fernanda Garay. Ela foi a maior pontuadora do jogo, junto com Carol Gattaz. Também teve os melhores números em ações de ataque e se mostrou consciente na hora de orientar as colegas quando a levantadora Macris saiu machucada gravemente. Ainda que apreensiva com o problema da companheira, Garay não poupou alegria e descontração na saída de quadra. Ela sabe que não pode deixar o grupo se abater, seja pelo que for.
Modalidade popular
Se dependesse dos japoneses, certamente o futsal seria um esporte olímpico. Aspiração brasileira de anos, o esporte é muito popular no Japão, inclusive com um intercâmbio de décadas com brasileiros.
No parque esportivo de Yoyogi, entre campos, quadras e ginásios, está um setor dedicado especialmente ao futsal. Não há perspectiva da inclusão da modalidade nas próximas edições das Olimpíadas.
Ainda pesa contra este processo a divisão entre entidades que a comandam, ainda que a Fifa organize competições há muito tempo e já tenha organizado as disputas em praticamente todo o mundo. A dificuldade das relações entre Fifa e COI também atrapalha o processo.
Produtos oficiais
Tradição de Olimpíadas, as lojas de produtos oficiais do evento lamentam muito a falta de turistas em Tóquio. O público alvo entre os estrangeiros basicamente é de pessoas credenciadas, seja na área de infraestrutura, jornalistas ou atletas. As lojas em locais como o grande centro de imprensa vêm apresentando grandes filas, até porque é permitida a entrada de uma pessoa por vez. Os artigos não são baratos. Para se ter ideia, uma camiseta simples custa o equivalente a US$ 36, aproximadamente R$ 180.
Já os bonecos apeluciados dos mascotes dos Jogos são vendidos em dupla, uma vez que há também a Paraolimpíada. Cada um, de um tamanho médio, não sai por menos de R$ 200.
Eles estão fora
A impossibilidade da presença de estrangeiros fez desaparecer um grupo marcante em Jogos Olímpicos. Os colecionadores de pins não estão em Tóquio. Mania mundial, os pequenos broches são invariavelmente trocados, como símbolo de harmonia. Há verdadeiras joias que são buscadas e catalogadas por aficionados do mundo inteiro, que formam uma comunidade que se encontra nas Olimpíadas. Por certo, quem puder ter os pins de 2020 poderá trocá-los por outros bem valiosos em Paris.
Treinadora em casa
Até a conquista de medalha de Fernando Scheffer, a maior aposta brasileira nas piscinas em Tóquio era Bruno Fratus. O nadador, especialista nos 50m livres, a prova mais rápida da natação, vem obtendo excelentes resultados nas últimas temporadas. Ao lado de Fratus e o orientando há uma gaúcha, sua mulher Michelle Lenhardt.
Os dois são casados, moram nos Estados Unidos e estão juntos nas Olimpíadas, uma vez que ela é a treinadora do nadador. Michelle foi nadadora no Grêmio Náutico União no mesmo estilo de seu marido, mas em distâncias maiores.
Por muitas vezes esteve na seleção brasileira, tendo inclusive subido ao pódio em Jogos Pan-Americanos.
Medalha de Ouro — Mayra Aguiar — Com três medalhas olímpicas consecutivas, a gaúcha entrou para a história do esporte brasileiro como primeira mulher a conquistar este feito em esportes individuais e se consolida como a maior judoca do Brasil em todos os tempos.
Medalha de Lata — Novak Djokovic — Melhor do mundo, favorito a ganhar mais de uma medalha de ouro nas Olimpíadas e uma das grandes personalidades dos Jogos de Tóquio, o tenista não precisava ser provocativo contra os brasileiros na disputa de duplas. Foi mal.