Marcos Herrmann se notabilizou, desde que assumiu a vice-presidência de futebol do Grêmio, pela qualidade de suas entrevistas. Ele falou com alegria na conquista do tetracampeonato gaúcho, com firmeza quando o time baixou o rendimento e começou mal o Brasileirão e nunca se omitiu de esclarecer o torcedor. Já se sabia o mesmo de Romildo Bolzan Júnior, alguém que através de suas manifestações sempre correspondeu à necessidade de uma atitude de quem comanda. Nenhum dos dois, porém, esteve na sala virtual de coletivas de imprensa para responder a seguinte pergunta: Tiago Nunes corre risco de perder o cargo?
A falta de uma resposta ou a mesma vindo de um diretor-executivo que sequer havia sido apresentado soa como um "Sim, corre risco". A ausência dos dois dirigentes integrantes do Conselho de Administração permite todas as interpretações, desde a tentativa de fortalecerem a figura de Diego Cerri, o que seria um equívoco do tamanho da Arena, até a lógica suspeita de que ambos estavam em reunião para mudar novamente a comissão técnica. O silêncio de ambos só serviu para fomentar especulações que, neste momento, não apontam para notícias agradáveis.
Se continua vigente na Arena o respeito ao que dizem as redes sociais, algo alegado quando da saída de Renato, o silêncio da alta cúpula do clube indica uma fritura do treinador. A profunda decepção com o péssimo início de Brasileirão não está sendo perdoada por uma torcida que sonhava desta vez ver a competição priorizada e a busca do título sendo uma realidade não vista nos últimos tempos.
Este sonho já se tornou uma ilusão. Faltou alguém com cacife de quem participa das reuniões das segundas-feiras no Conselho de Administração dar uma explicação, seja fortalecendo o trabalho e o comando de Tiago Nunes ou apontando um caminho para mudanças.