Se Tiago Nunes se destacou ganhando seu primeiro Gre-Nal como técnico do Grêmio, e Ricardinho foi comovente marcando o gol que decidiu o clássico e atravessando o campo de joelhos para pagar uma promessa, há mais personagens importantes na vitória tricolor.
Diego Souza, que dispensa comentários, mais uma vez deixou seu nome nas estatísticas da artilharia. Ferreira, embora sem ter o protagonismo de outros jogos, chamou a atenção por jamais desistir. Houve também quem se salientasse muito bem sem entrar em campo. Marcos Herrmann se diferenciou de antecessores na vice-presidência de futebol na entrevista após a partida.
Herrmann é marinheiro de segunda viagem no cargo, já tendo decorridos 23 anos desde a primeira experiência. Quem o acompanhou quando calouro viu um dirigente muito mais firme após o Gre-Nal do Beira-Rio.
Mesmo levando-se em conta que entrevista de quem vence é naturalmente mais segura e menos tensa, o dirigente foi explorado em temas variados e não deixou pergunta sem resposta clara. Ele definiu como iminente o anúncio de Douglas Costa, garantiu que o clube ainda busca dois reforços e admitiu, embora confiante, que há uma incerteza quanto ao futuro de Ferreira, cuja multa rescisória é considerada perigosamente baixa, caso europeus se interessem pelo atacante.
O vice-presidente do Grêmio é um homem que está sendo muito fiscalizado. Um bom desempenho no futebol o catapulta naturalmente para uma candidatura presidencial daqui a pouco mais de um ano.
Após o Gre-Nal, Marcos Herrmann falou com firmeza, objetividade e autoridade como nenhum outro ocupante do cargo nas gestões de Romildo Bolzan Júnior havia feito. Tal qual um jogador não pode ser avaliado numa partida, o dirigente também não deve merecer total crédito ou descrédito por uma entrevista. No caso de Herrmann, a atuação foi muito boa, com voz firme, forte e, como não poderia deixar de ser depois de ganhar um clássico, positiva.