O que interessava para o Inter nos últimos jogos era o resultado. Valeu para as duas primeiras rodadas do Brasileirão e na desclassificação na Copa do Brasil. Foi isto que determinou a queda de Miguel Ángel Ramírez, mesmo fora da casamata, após a derrota para o Vitória.
O desempenho também era muito aquém do esperado, algo que até os dirigentes perceberam antes de demitir o treinador. Contra o Bahia, porém, vieram os tão desejados três pontos, o afastamento da zona de rebaixamento e um nível de atuação que teve componentes absolutamente inesperados dada a melhora. O rendimento físico da equipe parece ter sido turbinado pelas bênçãos do Nosso Senhor do Bom Fim.
Do ponto de vista orgânico, jamais se poderá atribuir à mudança da comissão técnica o fato de os jogadores correrem tanto como o fizeram no Estádio do Pituaçu. Nem pareciam os mesmos atletas que, de maneira desorganizada, se mostravam impotentes e cansados nos finais dos jogos anteriores.
Por incrível que possa parecer, com um jogador a menos, os colorados se multiplicaram em fôlego e iniciativa para até tentarem e merecerem aumentar o placar em Salvador. Não há como negar que, fora de campo, houve um componente novo a mobilizar o time colorado. Caberá à diretoria identificar e fazer o possível para que o que foi apresentado na Bahia se mostre uma nova realidade.
Nem tão nova assim foi a manutenção do hábito colorado de ter jogadores expulsos injustificadamente. Por mais que isto denote alguma inexperiência do grupo, cabe a quem o lidera, no campo ou nos gabinetes, impor limites e punições.
O time em Salvador, porém, passou por cima da adversidade com uma disposição pouquíssimas vezes vista em 2021. Não se pode tirar méritos do treinador interino. Osmar Loss fez valer um bom conhecimento do ambiente colorado, impondo algumas soluções táticas e alterando bastante a atitude da equipe. Ficou extremamente aparente que, como que por milagre, o time jogou para justificar as mudanças no vestiário.