O Grêmio tinha boas razões para ser apontado ao iniciar o Brasileirão como um candidato forte a buscar um equilíbrio com os favoritos destacados do campeonato como Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG. Após a saída de Renato Portaluppi e a chegada de Tiago Nunes, o que se viu foi uma melhora na equipe, a conquista do título gaúcho de maneira incontestável e uma campanha notável na Copa Sul-Americana.
Por mais que se avaliasse o parâmetro das duas competições como abaixo do que viria pela frente, ninguém poderia acreditar em resultados tão negativos como os vistos até agora e que dão ao clube a incômoda lanterna da disputa após três derrotas consecutivas.
A julgar pela falta de soluções e por algumas insistências do técnico, há um retrocesso nítido. A evolução simbolizada pela entrada de Thiago Santos na equipe perdeu força em função de um problema antigo, a falta de articulação no meio-campo. As tentativas com Jean Pyerre se mostraram ineficientes; o bom desempenho de Darlan foi interrompido inicialmente por opção do treinador e depois pela covid-19; a utilização de Lucas Silva ao lado de outro volante mais posicionado travou a equipe e desagradou demais o torcedor; e a busca de nomes como Luiz Fernando ou o goleiro Paulo Victor só acirrou tal desapontamento. A derrota para o Sport só aumentou o desapontamento.
O aproveitamento dos jogadores mais jovens, compromisso assumido pela diretoria e pelo treinador está se dando de maneira a não dar tranquilidade a ninguém, seja a quem joga, quem dirige ou quem comanda. Tiago Nunes defende com razão que o número de garotos utilizados é grande, mas não admite que alguns mais experientes que entram na equipe claramente rendem menos, seja por terem menor qualidade técnica ou por instabilidade emocional.
Está certo o treinador em se preocupar com o "cancelamento" de atletas. O que ele não pode é fomentar tais reações expondo os profissionais ao invés de preservá-los, preservando também o desempenho do time. O início de Brasileirão do Tricolor assusta o torcedor com uma campanha desastrosa que contradiz a expectativa saída dos jogos que antecederam o Brasileirão.