Se a falta de títulos atormenta todos os colorados, os balanços financeiros e o orçamento tiram o sono dos dirigentes do Inter. A conhecida situação delicada dos cofres do clube, golpeada quase de morte na gestão 2015/2016 fez com que a palavra déficit tenha se tornado comum na apresentação de contas, bem como a renovada necessidade de cortar da própria carne para tornar grave o que está horrível.
A simples declaração do presidente Alessandro Barcellos prevendo e sonhando com um ano equilibrado em 2021 com saldo zerado no final do exercício soa como conquista de título para quem se importa com a saúde financeira da instituição.
Dentro de campo, mesmo com toda esta dificuldade, o que se cobra é título. Sem conquistas nos últimos anos, ao torcedor não são contados os milhões de dívida, o encolhimento de receitas ou o custo quase proibitivo de reforços para o time.
Se a volta de Taison é vista como uma grande iniciativa da diretoria, já é hora de se preparar para perdas. Alessandro Barcellos confirmou que pelo menos um jogador precisará ser negociado. A necessidade aguda deixa o clube fragilizado na hora de colocar preço em seus atletas, mas isto acaba sendo secundário, porque há uma meta a ser atingida.
Pelo orçamento colorado, a chamada rubrica da venda de jogadores precisa atingir R$ 90 milhões, aproximadamente US$ 15 milhões. Este é o preço do sacrifício, o valor orçado, mas não se pode garantir que até o final do ano não haja a necessidade de aumentar esta quantia.
Ouvir falar numa possível saída de jovens como Praxedes ou Yuri Alberto é dramático para a torcida, que mal os viu jogar e já os admira. O caso do lateral Vinícius Tobias também surge como o de alguém que pode sair do clube sem ter entrado no time principal, algo cada vez mais comum em diversas equipes brasileiras.
O ideal para todos no Inter seria, ao final do ano, ter déficit zero nas finanças e faixas no peito em campo. É difícil dizer qual a missão mais difícil, mas ambas são fundamentais e merecem vibração caso sejam atingidas, juntas ou separadas, mesmo que custe a perda de talentos ou ídolos na equipe. É preciso buscar no mínimo R$ 90 milhões. Questão de sobrevivência.