Quando se vê o Inter oficialmente repatriar Taison, se está diante de uma contratação histórica, talvez a mais significativa do clube dos últimos 10 anos. Há quem lembre da dimensão de, anos atrás, o Colorado ter buscado o mundialmente conhecido Paolo Guerrero e coloque em dúvida qual negócio foi mais significativo. É justo, mas o retorno do atacante que estava no Shakhtar Donetsk se reveste de alguns aspectos que tornam a situação mais impactante.
A importância de ter Taison novamente está no fato dele, como poucas vezes se viu, ter decidido há muito tempo que retornaria para seu clube de origem, antes mesmo de o Inter buscá-lo. Foi o jogador quem começou a pavimentar o caminho de volta.
Para tal, até a adequação financeira a uma realidade delicadíssima das finanças coloradas, foi pensada pelo profissional. Só isto, aliás, possibilitou que um negócio altamente improvável para os cofres colorados se realizasse.
Não bastasse a vontade do jogador em retornar, há o desejo desta volta por parte do torcedor, seja pela afeição a atletas que mostram o hoje tão raro "amor à camisa" como por verem nele uma contribuição técnica valiosa para o elenco.
Taison é um primeiro grande emblema da gestão de Alessandro Barcellos, ainda que conversas tenham se iniciado em outros tempos e envolvido até o ex-capitão D'Alessandro. Não há dúvida de que o time ganhará alguém qualificado para atuar e que o vestiário receberá um líder que é muito torcedor e que se esforçou até para se colocar à disposição para chegar em tempo de ser inscrito na fase de grupos da Libertadores.
Gozando de plenas condições físicas, com uma idade que o permite atuar em alto nível por pelo menos mais três temporadas, há a experiência acumulada. Taison evoluiu muito taticamente, não mais se limitando a ser o atacante de velocidade que surgiu em 2008 e encantou, entre outros, a Tite que o colocou no time do Inter e, dez anos depois, o levou para uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira.
Existem motivos para comemoração colorada. Um grande negócio foi feito diante de uma realidade adversa e a possibilidade de dar muito certo é gigantesca.