Se o Grêmio contratar o colombiano Borré, estará fazendo um grande negócio e a diretoria merecerá aplausos pela iniciativa ousada e pelo desprendimento. Caso chegue um volante como Jaílson ou Cuellar, para citar os especulados até agora, também haverá méritos para os dirigentes e para quem os indicou. Aí estão as duas posições consideradas prioridades na Arena. Significa dizer que não se cogita, pelo menos como urgente, buscar alguém num nível mais elevado para o articulação, onde hoje estão Pinares e Jean Pyerre, sem que se saiba qual dos dois é titular. Pode ser uma aposta arriscada.
Por incrível que pareça, Jean Pyerre, um dos mais promissores jogadores surgidos na base tricolor nos últimos anos, se tornou um jogador inconfiável. A falta de certeza não está na capacidade técnica do jovem que encantou figuras emblemáticas do futebol brasileiro como Tostão. A séria dúvida se divide entre a atitude e a falta de comprometimento, algo que foi notório em suas últimas situações e o fez perder a titularidade, e a fragilidade física que mais uma vez, mesmo em férias o colocou no departamento médico. Não é novidade: ele não está 100% para voltar com seus companheiros aos jogos imediatamente.
O titular na função de articulador antes da na final da Copa do Brasil, na qual só não jogou por não estar inscrito, já era Pinares. Ele teve atuações boas em jogos do Brasileirão e até no início do Gauchão. Nele residem as esperanças gremistas de ter alguém com características diferentes, mas com capacidade de dar um jeito na ligação meio-campo/ ataque que se via em outros tempos com Douglas, Luan e até com o próprio Jean Pyerre por pouco tempo. O chileno, todavia, não se notabilizou em seu clube anterior, a Universidad Católica, ou mesmo na seleção de seu país como o centro do time, algo que é exatamente o que o Grêmio precisa, ainda mais em tempos em que Maicon praticamente não consegue jogar.
Sem decretar que Pinares não seja uma solução ou que Jean Pyerre não recupere futebol e concentração máxima, o Grêmio deveria ficar atento. Ter um grande volante ou um atacante como Borré é fantástico e necessário, mas olhar como prioridade para o centro do meio-campo também se mostra urgente. Claro que tal jogador no nível exigido e preço compatível com a realidade tricolor é raridade, mas vale uma procura intensa e um esforço financeiro digno das ambições do clube.