Ele evita usar o termo favoritismo. Sabendo bem o que representa na história de Grêmio e Palmeiras, Luiz Felipe Scolari é comedido, mas não deixa de dar sua opinião para a decisão da Copa do Brasil que começa no dia 28 de fevereiro. Para o treinador quatro vezes campeão da competição, com uma conquista dirigindo o Tricolor e duas pelo lado palmeirense, o clube paulista, agora campeão da América, leva vantagem pelo elenco que tem, mas há como derrotá-lo:
— O Palmeiras está mais pronto, vem jogando com mais regularidade e com um elenco mais poderoso. Dá para se considerar um time com mais chances, mas o Grêmio tem algo que não se pode desprezar: a experiência neste tipo de jogo. Se o time se fechar na ideia de ser campeão, criar um clima positivo e unido, as coisas podem equilibrar e pender para o lado gremista. O elenco é maduro, e o Renato é um grande treinador para fazer isto.
O modelo proposto por Felipão para que o Grêmio equilibre e ganhe a decisão do Palmeiras é semelhante ao que ele mesmo usava diante de outro e poderoso time palmeirense, aquele dos anos de 1995 e 1996. O técnico ressalta que há bons valores individuais no elenco gremista, ainda que não estejam atravessando boa fase. Aí entra a ideia de "fechar o grupo", criando condição de recuperação, plenitude física e aprimoramento técnico no tempo que resta até as finais.
Da parte de Felipão, não há torcida na Copa do Brasil. Ele está equidistante, pois é ex-profissional de sucesso nos dois clubes e amigo de ambos os treinadores. Sua dica para o Grêmio ficou bem clara e é muito oportuna, diante de uma série de insucessos e do decréscimo de desempenho. Só faltou, para lembrar os seus tempos de Estádio Olímpico, sugerir uma concentração especial em Canela ou Gramado.