O maior duelo do futebol brasileiro nos anos de 1990 foi entre Grêmio e Palmeiras. Marcaram época confrontos entre o técnico, poderoso, qualificado e rico time palmeirense contra uma equipe gremista que tinha praticamente todas estas características, mas que trocava capacidade financeira do clube por um aguerrimento que nenhum outro elenco no Brasil era capaz de ter. As estrelas do antigo Palestra Itália eram os maiores e mais respeitados oponentes dos guerreiros do Olímpico. Estes dois timaços se enfrentaram em praticamente todas as competições em jogos inesquecíveis. Se eliminaram, brigaram, se respeitaram, mas nunca decidiram um título. Com 25 anos de atraso, a tão esperada final está definida e marcada para fevereiro até prova em contrário.
Não estamos mais diante do Grêmio de Felipão ou do Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo. As duas equipes atuais jogam menos do que as de 1995 e 1996, mas isto não invalida dizer que o encontro dos clubes vale o que nunca valeram os duelos daquela época. Agora haverá taça em jogo. Da mesma maneira que no final do século passado, não há favoritismo para algum dos times, até porque um largo espaço de tempo separa a fase semifinal da decisão. Antes disso, teremos o encerramento do Brasileirão, possíveis recuperações de atletas e eventuais baixas. Os palmeirenses têm. inclusive, a sequência da Libertadores que pode levá-los ao título.
A hora é de curtir a preparação para que se conheça o vencedor da Copa do Brasil através de um novo Grêmio x Palmeiras. Quem viveu a consagração deste confronto como um dos maiores clássicos do nosso futebol saberá dimensionar a decisão desta competição que agora vale milhões a mais do que valia, além da vaga direta na fase de grupos da próxima Libertadores. São 25 anos de muitas mudanças, a começar pelos antigos e sagrados estádios, substituídos por moderníssimas arenas. Dirigentes e profissionais também são outros, mas as camisas, embora modelos atualizados, são as mesmas, ambas pesadíssimas.
Embora a quase certeza de estádios vazios, ganharão os torcedores. Gremistas e palmeirenses viverão uma emoção diferente num jogo bem conhecido. Em outros tempos eles jogavam por valiosas vagas. Agora, quem ganhar leva milhões de reais e a faixa no peito.