Não é novidade no futebol um jogador estar com uma transferência fechada e ainda cumprir jogos pelo clube que o negociou. Geralmente, isto está ligado ao caráter decisivo de determinadas partidas, e tais participações contam com a concordância de quem está contratando o atleta.
O Grêmio convive com incertezas, mas com tendências relacionadas a Pepê. O atacante está em vias de ser vendido para o Porto, de Portugal, mas sua saída está envolta no mistério de poder cair exatamente entre os dois jogos finais da Copa do Brasil, previstos para 3 e 10 de fevereiro.
Pelos prazos estabelecidos pela janela de transferências em Portugal, há a possibilidade de Pepê atuar no primeiro jogo do Grêmio contra o Palmeiras, mas ficar de fora do segundo. Mesmo com negativas quanto ao negócio, a diretoria gremista pensa e trata do assunto, desejando garantir o atacante na decisão completa, se é que isto é possível.
O Porto, caso confirme a contratação, está de olho na chegada do atleta para se preparar para o compromisso contra a Juventus, pela Liga dos Campeões, no dia 17 de fevereiro.
Por mais que pareça algo que minimizaria o problema gremista, a hipótese de Pepê atuar apenas na partida inicial da decisão contra o Palmeiras não é a melhor. Jogar de maneira incompleta a final tem tudo para criar um nervosismo desnecessário no jogador, cujo futuro não preverá a presença na volta olímpica em caso de título, mas o colocará diante de todos os riscos de um jogo decisivo.
Será normal que a cabeça já esteja do outro lado do oceano, por mais que haja a vontade da despedida apoteótica. Da mesma maneira, quem for o substituto para o segundo jogo perderá a primeira parte da decisão, algo importantíssimo para a concentração plena numa disputa que tem 180 minutos.
A situação será diferente, e benéfica para o Grêmio, se Pepê puder atuar nos dois jogos contra o Palmeiras. Aí, sim, a despedida estará completa, permitindo montagem de esquema por parte do técnico e concentração plena do atacante em algo que será finalizado quando o campeão for conhecido.
Se for para atuar em apenas uma partida, é preferível que o atacante fique fora, dando tempo para Renato Portaluppi montar uma estratégia de substituição adequada, sem uma variação tão grande entre os confrontos e dando moral total a quem entrar no time.