O Inter nunca esteve tão próximo de sonhar com um título brasileiro quanto agora. Abel Braga se mostra sensato ao tentar evitar e até temer a soberba. A vantagem obtida com a vitória no Gre-Nal não se limitou aos pontos conquistados. A combinação de resultados paralelos foi incrivelmente favorável, e o suporte moral que significa a quebra da invencibilidade do rival em clássicos também é de uma dimensão gigantesca.
O tetracampeonato brasileiro depende apenas dos colorados, por mais que seja complicado manter uma série de oito vitórias seguidas ou enfrentar adversários que agora têm no time de Abelão um inimigo a ser visado e batido.
As coisas passaram a funcionar de uma maneira muito sintomática. As boas atuações são premiadas com triunfos e até os jogos menos brilhantes mostram resultados positivos. O técnico já falou em "sorte de campeão" , mas ela está acompanhada de competência e isso é o que garante taças.
Abel preferiu não comparar, mas quem lembra o chamado Gre-Nal do Século de 1989 por certo viu semelhanças entre aquele jogo e o que aconteceu no Beira-Rio neste domingo (24).
Começa que ambos foram no início de um ano com campeonatos da temporada anterior. Como naquela época, o Grêmio vive um momento de hegemonia no Estado. Nos dois, o Inter vinha de uma campanha superior no Brasileirão, o Tricolor saiu ganhando, o empate se mostrava bom resultado para os colorados e acabou saindo uma virada. Também houve uma aproximação de título brasileiro, claro que muito maior há 32 anos.
Com comparação ou não, há o fato comum de nada estar garantido, como se mostrou para o próprio Abelão no século passado aquela final contra o Bahia depois de um triunfo épico em um Gre-Nal.