Abel fez a aposta que deveria fazer. Ao escalar quase o mesmo time que foi muito bem contra o Boca Juniors na Bombonera, o técnico premiou seus jogadores pelo desempenho que quase valeu a classificação na Libertadores diante de um cenário totalmente adverso.
A ausência de Praxedes, é verdade, foi sentida pois Thiago Galhardo não ocupou tão bem a posição do garoto no meio-campo. Acima de tudo, porém, a equipe mostrou o mesmo brio da Bombonera sem repetir a qualidade do futebol.
Aí entra o Botafogo, que contribuiu de maneira decisiva para que a ressaca da quarta-feira (9) fosse curada e o Inter virasse um jogo que se desenhava problemático para se tornar sinônimo de recuperação. O 2 a 1 foi muito importante para os colorados.
Era natural que a equipe fosse menos intensa. O desgaste de uma decisão tem seu preço no jogo seguinte, seja físico ou emocional. Contra o Botafogo, o time foi lento, errou passes e deu espaços, algo não visto na Argentina.
Patrick voltou a ser destaque, mas numa rotação bem inferior. Thiago Galhardo encontrou a dificuldade da troca de posição, mas também se mostrou com menos energia.
De um modo geral, não foi uma grande atuação e o empate parecia estar encaminhado, não fosse a grande confusão protagonizada pelos botafoguenses e que foi aproveitada por Yuri Alberto com perspicácia. Assim também se ganha jogos e se conquistam vitórias que se tornam importantes.
A partir da virada contra o abatido Botafogo, o Inter ganha tempo para se reorganizar definitivamente, tirar o trauma e o desgaste da Libertadores do cenário e partir para a tão esperada retomada no Brasileirão. A satisfação do técnico Abel Braga após a partida era sintomática. O resultado era o mais importante a ser obtido, e foi. Se isto aconteceu num lance exótico, num verdadeiro presente do adversário, pouco interessa.