É muito importante, para chegar às semifinais da Libertadores, que o Grêmio tenha maturidade e se valha de sua experiência em decisões. Não basta o controle técnico do confronto contra o Santos, um time cuja principal virtude está na entrega de seus jogadores com muita disciplina tática. As duas principais individualidades santistas, Marinho e Soteldo, porém, são armas poderosas, seja pelo que jogam ou pelo que perturbam. É preciso aos tricolores muito controle emocional.
É provável que os comandados de Cuca tentem ao máximo travar o jogo do Grêmio. As faltas são artifícios naturais e há uma tendência de que venham a ser utilizadas. Quanto menos a bola rolar na Arena, melhor para os santistas. Em uma partida truncada, existe a probabilidade de um maior nervosismo por parte de quem tem a necessidade da vitória, no caso o Grêmio. Isso precisa ser evitado. E não estamos falando em violência, apenas em infrações de jogo, próprias de uma marcação intensa. Uma reclamação ou um revide são atos naturais que precisam ser evitados.
Além de tentar prender o Grêmio, o Santos certamente não abdicará de ir à frente e fazer valer seus dois melhores jogadores. Com dribles e muita velocidade, Marinho e Soteldo não só tentarão chegar ao gol, mas estarão se oferecendo às jogadas ríspidas dos defensores tricolores. Além disso, há um mau costume em Marinho de valorizar muito os choques contra ele. Poucos jogadores no Brasil atualmente protagonizam cenas tão espalhafatosas após choques quanto o atacante santista. Obviamente que ele é um dos mais caçados nos gramados, dada sua qualidade individual, mas seus exageros criam tensão, tenha ele sofrido ou não uma entrada faltosa. Por certo ele e o venezuelano Soteldo, outro grande driblador, vão provocar tecnicamente seus marcadores. Renato Portaluppi tem experiência o suficiente para prevenir seus atletas contra tais provocações.
Chame-se de catimba ou até de antijogo, é de se esperar um Santos querendo desestabilizar o Grêmio. Muitos dos expedientes possíveis para isso não ferem as leis do jogo e é preciso aos tricolores estarem bem cientes desta situação. Se for para haver resposta, que seja sempre enérgica, mas sem ferir as regras.