A decolagem do Grêmio no Brasileirão e a série de sete vitórias que inclui a Copa do Brasil mostra, além de resultados, um desempenho que não havia sido visto ainda em 2020. Muito disso nas últimas partidas está ligado à presença de Jean Pyerre. Sendo o protagonista que sempre se esperou, ele está restabelecendo a qualidade técnica no meio-campo tricolor. A grande novidade, porém, é que o time passou a não depender da qualificação que sempre foi dada por Maicon.
Ser independente do grande fiador do setor durante os últimos anos é um ganho para o Grêmio e dá tranquilidade para Renato Portaluppi. Matheus Henrique, um tanto irregular nesta temporada, melhorou recentemente, seja com Lucas Silva ou com Darlan como parceiros. As entradas de Thaciano também se mostraram mais efetivas. Durante os últimos quatro anos, só houve um momento em que Maicon teve uma substituição adequada. Foi na Libertadores de 2017 com o surgimento de Arthur que coincidiu com a melhor fase da carreira de Michel. Ali, o então capitão tricolor estava machucado, tentou voltar e acabou pedindo ao técnico para não retornar ao time porque a reposição era mais efetiva.
Esperar por uma recuperação plena de Maicon é muito melhor tendo um funcionamento satisfatório do time como um todo. Jean Pyerre reabilitou o refinamento técnico e a capacidade de acionar o ataque. A chegada do chileno Pinares é outra esperança para manter o alto nível. Está, assim, se resolvendo um problema tido como insolúvel, a compensação para a perda do jogador-símbolo da "era Renato", algo fundamental e determinante para o melhor momento tricolor na temporada.