O Grêmio entra como favorito no confronto diante do Guaraní-PAR nas oitavas-de-final da Libertadores. Não há nenhuma demasia em atribuir esta condição a um time que experimenta um momento de evolução técnica nítida, que possui jogadores de melhor qualidade e que tem experiência de vencedor. Basta a Renato Portaluppi e seus comandados ter em mente o que foi feito na última campanha vitoriosa do clube na competição. Em 2017, com time reserva na fase de grupos, o Tricolor empatou contra o paraguaios em Assunção no jogo que revelou a potencialidade do volante Arthur. Depois, a partir das oitavas-de-final, o time ganhou todos seus três jogos fora do Brasil.
É isto que precisa ser feito no Defensores del Chaco: vencer. Se o elenco gremista não tem a mesma potencialidade técnica daquele de três anos atrás, a fase é de alta, ou "decolagem", como prefere o treinador. Do outro lado estará um adversário em crise cuja maior credencial nesta competição foi a de ter eliminado o Corinthians na etapa preliminar. Não é sonho pensar em vitória com diferença superior a um gol, algo que dá a tranquilidade necessária para a definição da vaga nas quartas-de-final em casa.
Para executar a missão de derrotar o Guaraní-PAR, basta o Grêmio ser ele próprio. Marcação alta, pressão inicial e efetividade ofensiva foram as armas usadas em 2017 contra Godoy Cruz, Barcelona do Equador e Lanús, respectivamente. Nestes três confrontos com vitórias fora de casa houve gols gremistas antes dos 30 minutos iniciais. Para que isto se repita, muito passa pela articulação através de Jean Pyerre, e a sustentação dos volantes. Na frente, independente de quem atue pela direita, Pepê é fundamental nas jogadas individuais e Diego Souza como homem terminal. O importante é fazer isto funcionar em alta rotação. Mesmo em casa, os paraguaios precisam ser empurrados para seu campo no começo da partida.
O jogo contra o Corinthians deixou lições para o Grêmio. A principal é a necessidade de criar chances de gol e aproveitá-las. Encaminhar cedo uma vitória significa menos desgaste, algo que se multiplica se a vantagem obtida transformar a partida de Porto Alegre em simples cumprimento de tabela. Por mais que haja o necessário respeito pelo Guaraní-PAR, é missão gremista atacar e fazer com que o retorno de Assunção tenha a vaga encaminhada como bagagem.