Houve uma dose de sofrimento na classificação do Grêmio para as quartas de final da Copa do Brasil, mas a conquista da vaga foi absolutamente justa. O maior mérito tricolor diante do bom time do Juventude foi o de conter o adversário nos dois jogos e, mesmo produzindo pouco, efetivar o placar mínimo construído em Porto Alegre, repetindo-o em Caxias do Sul. Ainda que o segundo tempo da partida do Alfredo Jaconi tenha apresentado o dono da casa com mais ação, o time de Renato Portaluppi soube se defender, marcou seu gol e garantiu a chegada entre os oito melhores da competição.
A classificação gremista, porém, não pode esconder carências da equipe. A falta de um sistema de articulação, já que não existe um articulador específico, é escandalosa. A aposta renovada e com jeito de sonho é que Jean Pyerre volte de vez e assuma seu lugar no time. Na partida de Caxias, bastou ele entrar e a vitória se consumou. A dependência das individualidades sobrecarrega figuras como Pepê ou Ferreira e simplesmente anula Diego Souza, que precisou sair de seu lugar para criar a jogada do gol da vitória. As opções de banco não chegam a empolgar, mas o gol de Thaciano avaliza sua entrada. Falta, porém, uma maior eficiência no meio-campo, onde se vê há algum tempo algo que é triste em constatar: Maicon perdeu a luta contra os problemas físicos.
A classificação tricolor foi totalmente justa, mas prosseguem as preocupações. É difícil prever o futuro do time do Grêmio, mas a chance de sucesso na Copa do Brasil, na Libertadores ou no Brasileirão se mostra improvável, embora há algum tempo time de Renato não saiba o que é uma derrota. Jean Pyerre é uma chance de mudança nesta realidade, mas dificilmente dará tudo o que precisa a equipe. É imprescindível que os poucos dias que restam de janela de transferências sejam bem aproveitados pela diretoria gremista.