Nem o mais otimista dos gremistas acreditaria que em tão pouco tempo Everton Cebolinha teria uma reposição à altura na equipe. Pepê já dava mostras de ser um bom substituto com características semelhantes. É mais do que isto. Ele está provando que dribla muito, como o antecessor, e que também como ele decide jogos com gols. Assim foi contra o Botafogo, mesmo tendo uma atuação modesta no primeiro tempo.
Pepê foi o personagem da vitória de um Grêmio superior, mas ainda sem a solidez que precisa ter para fazer a prometida "decolagem". Maicon em campo garantiu serenidade e competência na saída de jogo, mas isto não foi acompanhado por Robinho que seria o responsável pela preparação ofensiva. O ex-meia do Cruzeiro nitidamente está longe do ritmo ideal, com a cabeça pensando, mas o corpo não executando as jogadas. Fica a seu favor; no entanto, a belíssima cruzada no primeiro gol tricolor.
Não há como deixar de lamentar a expulsão de Diego Souza. Por mais que haja reclamações do técnico Renato ou do próprio atacante que era o melhor jogador em campo quando recebeu o cartão vermelho, é necessário que os atletas em tempo de árbitro de vídeo se conscientizem que aquilo que um dia erradamente foi considerado esperteza, agora vai merecer a justa punição. Fica o desafio para o treinador de substituir seu centroavante no próximo jogo sem ter um jogador de mesmas características.
Sem Diego Souza, mais do que nunca a responsabilidade ofensiva recairá sobre Pepê, aquele que imita um "Menino Maluquinho" ao comemorar seus gols e, lembrando o imortal personagem infantil criado por Ziraldo. Aliás, até nisso há uma reposição no mesmo nível em relação a Everton, aquele que é chamado de Cebolinha numa alusão à figura infantil e carismática produzida por Maurício de Sousa. A alegria dos dribles e dos gols segue praticamente a mesma e será importantíssima para Grêmio seguir alçando sua tentativa de voo alto no Brasileirão.