Embora seja um jogo diferente em função da rivalidade, o Gre-Nal não deve fazer o Grêmio promover mudanças radicais na sua maneira de jogar. Nos últimos clássicos, houve domínio tricolor a partir de vitórias territorial e pessoal no setor de meio-campo.
Isso, porém, não é a garantia de gols e, para tal, certamente haverá um cuidado especial por parte do Inter. Não chega a ser novidade, mas é bem provável que a aposta maior do time de Renato Portaluppi sejam os ataques através de disputas individuais. Vale para os gremistas apostarem em Alisson e Pepê.
Pelo lado direito, Alisson tem sido o mais regular jogador do Grêmio na temporada. Livre de lesões em 2020, ele tem feito valer a capacidade de drible e a adaptação total ao setor. Se não tem chutado muito, tem feito assistências notáveis, como a do recente gol de Rodrigues diante da Universidad Católica. Contra um lado esquerdo do Inter que pode ter o convalescente Uendel ou o ofensivo Moisés, as jogadas com a colaboração de Orejuela podem reproduzir combinações importantes.
Da mesma forma que na direita, o lado esquerdo do Grêmio tem muita força. O amadurecimento cada vez maior de Pepê, sua impetuosidade e capacidade para driblar e concluir o colocam num caminho muito próximo daquilo que foi Everton Cebolinha. O mais recente Gre-Nal é prova disto.
A disputa individual, provavelmente contra o colorado Heitor, certamente travará o adversário para iniciativas ofensivas ou obrigará o time colorado a fazer uma marcação com mais gente no setor, liberando outras áreas do campo.
As jogadas laterais são armas poderosas do Grêmio. Elas podem ser utilizadas por ambos os lados, seja numa estratégia de marcação alta ou de jogo no contra-ataque. Além dos jogadores do setor terem condições para finalizações, há muita chance para repetir lances como o que fez Diego Souza decidir o primeiro Gre-Nal do ano, ainda pelo Gauchão, antes da parada pela pandemia.