É muito complicado para quem entra em um time quando substitui alguém que é ídolo, que tem carisma e viveu uma história vitoriosa no clube. Quando o caso envolve a mais delicada das posições de um time de futebol, a coisa fica pior. O Grêmio, através de seus goleiros, vive este drama.
A lacuna deixada por Marcelo Grohe ainda está aberta. A decisão do Gauchão serviu para reacender dúvidas na torcida quanto ao atual titular, Vanderlei, por um gol sofrido — ainda que tenha salvado outro no final da partida.
Talvez ao prever a dificuldade na sua reposição e querendo preservar seus sucessores, Grohe mantém um estranho silêncio desde que foi para a Arábia Saudita. Aparentemente sem eventuais mágoas sobre sua saída, o ex-goleiro gremista não teve em seu reserva Paulo Victor alguém capaz de se sustentar na equipe principal. Com Vanderlei, não chega a haver rejeição, mas há críticas e, naturalmente, a lembrança do velho titular tricampeão da América.
A saudade por certo aumenta quando acontece algo como na semana passada, quando Marcelo foi "Milagrohe" pelo seu atual clube, o Al Ittihad num jogo da liga árabe, e as imagens chegaram quase que imediatamente aos lares tricolores.
Para castigar os nostálgicos, há a lembrança de que o clube da Arábia Saudita não pagou ao Grêmio o que está devendo, e uma execução pela Fifa já foi determinada. Certamente, o raciocínio simplista mandaria ir buscar de volta o jogador, mas isto não é cogitado.
Vanderlei e Paulo Victor são os goleiros do Grêmio, quer a torcida confie ou não. O jovem Brenno é tido como esperança para o futuro. O atual preparador gremista para a posição, Mauri Lima, é considerado um dos melhores do Brasil e substituiu Rogério Godoy, que por anos trabalhou com Marcelo Grohe e que hoje está no Palmeiras.