O que era um desempenho fraco no Brasileirão parecia que podia mudar com a volta da Libertadores. A ideia é que o time de Renato Portaluppi sempre foi copeiro e se multiplicaria em Santiago, ainda que não apresentasse um futebol brilhante. Um bom resultado, talvez o empate, já ajudaria. Nada disso. Houve uma derrota, um banho de bola do adversário e o que era incerteza se tornou convicção de que o time está mal.
Diego Souza chegou a dizer que o time está em evolução. Renato falou em "pior atuação do ano". Não foi a primeira vez que o técnico disse isso. Há uma sucessão de piores atuações. Uma coisa, porém, foi correta ao ser lembrada: o Grêmio não perdeu o último Gre-Nal. Sem bons diagnósticos do que está acontecendo, os gremistas só têm como argumento, nem tão sólido, como forma de prever um futuro melhor, recordar que haverá clássico na próxima semana. Ganhar do Inter passou a ser o maior troféu tricolor em 2020, mais significativo até que o título do Gauchão.
Se um dia um colorado, o falecido ex-dirigente Íbsen Pinheiro, disse a brilhante frase de que "O Gre-Nal arruma a casa", quem agora a adota é seu maior rival. Se mantiver a tradição dos últimos confrontos, o Grêmio alivia uma situação de crise, talvez até neutralizando-a porque a tabela da Libertadores assim o permite. Caso isso não aconteça, ou pior, se houver derrota, desabam todas as sustentações que permitem à torcida ter ilusões em 2020.
O que Íbsen Pinheiro não precisou dizer, mas ficou bem subentendido, é que o Gre-Nal também pode destruir a casa. Quem sabe o Grêmio, antes do clássico, talvez já no jogo contra o Palmeiras no final de semana, comece uma reforma emergencial na "casa". Definitivamente há um campeonato paralelo e interno para o Grêmio disputar contra o Inter na próxima quarta-feira (23).