Se valessem unicamente os jogos semifinais do returno do Gauchão para estabelecer favoritismo para alguém no clássico decisivo da próxima quarta-feira (5), a aposta óbvia seria o Inter. Enquanto os colorados cumpriram aquilo que é o modelo pedido por seu técnico e patrolaram o Esportivo, o Grêmio contra o Novo Hamburgo foi de uma irregularidade assustadora para quem conhece o estilo de Renato Portaluppi.
O gol cedo para a equipe de Eduardo Coudet abriu a porteira da goleada. A abertura do placar antes dos dois minutos e a ampliação logo depois fizeram os gremistas relaxarem inexplicavelmente, lembrando em momentos o que o treinador certa vez chamou de "nana neném". A vaga chegou com um sofrimento totalmente inesperado.
Tais diferenças de atuações não são suficientes para estabelecer uma vantagem a quem jogou melhor na partida anterior. O clássico nivela, mesmo em estádio vazio. Se o Inter se empolgou ao recuperar o que de melhor havia apresentado até agora em 2020, o Grêmio teve o susto para alertá-lo. Isto, num time com a experiência coletiva da equipe de Renato tem grande valia, especialmente vindo de um recente triunfo sobre o rival.
Para Eduardo Coudet bastará trocar a lateral direita em função da suspensão do expulso Saravia. Seu adversário terá a volta de Victor Ferraz e o retorno provável de Cortez, mas também uma necessária correção de postura. Peças que normalmente funcionam bem, deixaram a desejar contra o Novo Hamburgo como Matheus Henrique e Jean Pyerre, além da seca de gols de Everton.
Estamos diante do Gre-Nal mais decisivo de 2020. Quem perder estará fora do Gauchão. Vale meio título e um favoritismo natural contra o Caxias na final. De um lado estará o Grêmio jogando na sua Arena, com um retrospecto positivo nos últimos clássicos, o que cria uma espécie de proteção, mas com uma atuação contra o Novo Hamburgo que não serve como modelo.
O Inter, ao contrário, foi sólido contra o Esportivo e tem contra si apenas a tensão extra de um jejum de Gre-Nal que o técnico admitiu que o incomodada, além do risco de ser eliminado. "Favoritismo" mais uma vez não é um termo do vocabulário do clássico.