Certamente muitos colorados, contentes com o que viram na vitória sobre o Santos, se perguntam: "Por que o time não jogou assim no Gre-Nal?" Não é tão difícil achar respostas. São jogos diferentes, em contextos diferentes e o clássico tem uma exigência para a qual a equipe de Eduardo Coudet ainda não se mostrava totalmente preparada. A abertura do Brasileirão com duas vitórias, sendo a última numa grande atuação podem estar criando a casca necessária para o time encarar desafios decisivos e com a exigência do enfrentamento com o Grêmio.
Contra o Coritiba já foi mostrado domínio territorial, posse de bola e boa consistência defensiva. Diante do Santos tais virtudes se mostraram mais nítidas e intensas, embora a defesa tenha deixado a desejar nas pouquíssimas bolas que a ameaçara. Foi Coudet quem disse que um gol anulado do adversário "assustou bastante". Numa noite extremamente animadora, o Inter não deixou de preocupar. Além destas titubeadas da defesa, foram perdidos gols em excesso. Pelo que jogou, o time colorado já era para ter saído com boa vantagem do primeiro tempo e aplicado, ao final, um escore superior aos 2 a 0. A melhor atuação de 2020 teve no argentino Sarávia um grande destaque, no gol de Edenílson um dos mais bonitos do Brasileirão até agora, e na participação de Guerrero o que dele se espera sempre.
Além disso, fica como ponto positivo colorado a preparação física. A intensidade, tão sonhada pelo treinador, pode ser executada durante os 90 minutos, com direito ao não aproveitamento das cinco substituições. Sem ser perfeita, a atuação do Inter apontou o caminho para correções necessárias para mudar o patamar nas pretensões no Brasileirão. A candidatura ao protagonismo pleno exige que a zaga não falhe tanto na bola aérea, que a lateral esquerda seja um setor mais produtivo e que o ataque aproveite mais chances criadas. Seria uma injustiça, o Santos ter ameaçado a vitória colorada, mas, se isto acontecesse, teria havido na equipe de Coudet motivos bem identificados como causas.