Não precisava a Federação Gaúcha de Futebol se estender em justificativas para a ausência da arbitragem de vídeo no Gre-Nal desta quarta-feira (22). Sem juízes devidamente habilitados em nosso Estado e com problemas burocráticos para liberação dos equipamentos, nem passou perto da questão financeira a decisão que não foi contestada por Grêmio nem por Inter. Vale lembrar que este clássico tem valor apenas relativo no destino do Gauchão, mas isso não seria motivo para relaxar. Vai ser uma arbitragem ao velho estilo, mas com uma novidade: Daniel Nobre Bins. Este, sim, estaria bem melhor se tivesse o VAR a respaldá-lo.
Estreante em clássicos, Bins é apontado como o melhor árbitro entre aqueles que jamais dirigiram um Gre-Nal. Sua vez precisava chegar e a designação não merece reparos. Há, porém, o peso da estreia, algo que seria minimizado pela ajuda do juiz de vídeo, tornando-se prejuízo para o escolhido. Os árbitros não têm a mesma preparação dos jogadores para esta retomada. Muitos tiveram que improvisar nos trabalhos físicos durante estes mais de quatro meses sem jogos. Isto sem falar na preparação mental, no reflexo, na velocidade de reação e interpretação que pode definir partida. Prever falhas é normal.
Não pairam dúvidas ou ranços contra Daniel Bins. Este Gre-Nal teve tão pouca discussão de assuntos do jogo que a designação do juiz ficou quase sem ser percebida. Na hora do jogo, contudo, as coisas mudam e a inexperiência passará a ser motivo de eventual cobrança e pressão. Isto, por certo, não influenciará, o estreante que, a seu favor, não terá nenhum torcedor a importuná-lo. Só que na hora do lance delicado, mesmo com silêncio do público, faltará uma voz no ouvido para referendar ou corrigir alguma marcação com uma precisão maior do que a dos assistentes ou do árbitro reserva.