O árbitro de vídeo é uma realidade e, no mundo ideal, deveria estar em todas as partidas. Isto parece que deixou de ser uma discussão, mesmo para aqueles que falam em "trancar o espetáculo" ou "tirar a emoção". O elemento novo na condução das partidas já nos faz até esperá-lo em jogos do passado, quando há lances discutíveis ou erros históricos que nunca serão reparados. Estava previsto o VAR para o próximo Gre-Nal como aconteceu na semifinal do primeiro turno, numa bela iniciativa dos clubes chancelada pela Federação Gaúcha de Futebol. Há dificuldades novas em função da pandemia e se suprimiu a figura da arbitragem. Qual o prejuízo? Mínimo. 

Se tem um Gre-Nal neste Gauchão em que o árbitro de vídeo poderia ser suprimido, é exatamente o que acontecerá no próximo dia 22 pela fase classificatória da competição. Não se trata de tentativa de economia por parte da FGF, mas há uma necessidade de busca de pessoas de fora do estado e uma estrutura que não é a usada costumeiramente em função das novas exigências sanitárias. Também, em função de pendências burocráticas, os equipamentos que seriam utilizados, podem não ter liberação. Além do mais, o caráter deste clássico é menos decisivo do que de todos os outros possíveis na competição, tanto o que já aconteceu como os que podem vir pela frente. Seria um custo, uma mão de obra e um risco desnecessários. Ainda nesta fase classificatória, teremos partidas que definirão coisas mais importantes, seja com o envolvimento de Grêmio e Inter ou não.

O importante, porém, é que a partir da semifinais desta etapa, havendo Gre-Nal, se busque árbitros de vídeo. Também é impensável termos a decisão do Gauchão, caso o Caxias não vença o título antecipadamente, sem o VAR. Quem sabe, com um pouco mais de tempo, não se chegue à possibilidade de juízes do Rio Grande do Sul operarem a nova ferramenta, algo que ainda não temos. Estão desculpados os que retiraram a arbitragem por TV deste clássico, mas fica o compromisso de resgatá-la para as decisões do Gauchão.