Mesmo com o atual certame ainda em andamento e cheio de indefinições, já está em andamento por parte da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) o planejamento para o Gauchão de 2021, algo que afetará também a competição no ano seguinte.
O presidente da entidade, Luciano Hocsman, sabe que haverá sério comprometimento no calendário brasileiro na próxima temporada e que a atual fórmula da competição estadual é impossível de ser repetida, especialmente porque haverá dois clubes a mais. O caminho que está sendo encontrado prevê alterações no sistema de disputa nos dois próximos anos.
O futebol brasileiro é regido pela Lei Pelé e pelo Estatuto do Torcedor, que estipulam a obrigatoriedade de todos os clubes de um campeonato se enfrentarem pelo menos uma vez para que haja acesso e descenso. Há, porém, um dispositivo legal prevendo situações extremas, como a que se vive com a pandemia. É permitida a criação de uma competição "transitória" em uma temporada, não obedecendo a regulamentação maior.
Assim, é possível fazer um Gauchão em 2021 com divisão por grupos, sem o enfrentamento de todas as equipes e com o estabelecimento da queda de quatro times. Mas a FGF fica obrigada a retomar a fórmula que é usada atualmente no campeonato seguinte, no caso 2022. Assim, na próxima temporada, haverá um Gauchão modificado, para retornar ao atual sistema daqui a dois anos.
A diretoria da FGF já vem tomando providências jurídicas para que estas alterações sejam realizadas. A aprovação é considerada provável, e outros certames estaduais também poderão recorrer ao mesmo expediente para se tornarem viáveis no próximo ano.
A fórmula do "Gauchão transitório" será discutida e definida no final de 2020, quando serão conhecidos os dois clubes que subirão da Divisão de Acesso. Algumas especulações surgem, como a entrada dos clubes que disputam as Séries A e B do Brasileirão apenas num segundo momento. Nada está, todavia, encaminhado neste sentido. A prioridade agora é encerrar o problemático certame de 2020.