É difícil prever se a Libertadores da América de 2020 vai ser retomada. Por compromissos comerciais, há uma vontade absurda da Conmebol em finalizar a disputa, ainda que invadindo o próximo ano. Da reunião do conselho da Fifa, que está acontecendo por videoconferência, já há a oficialização de que o Mundial de Clubes, que seria no final do ano no Catar, está adiada e sem data prevista para acontecer. Falta muito pouco para a entidade, num futuro próximo, cancelar definitivamente esta edição, partindo direto para a nova formatação, com mais equipes, sedes fixas e critérios novos para classificação.
A Libertadores 2020 perderá seu prêmio maior para clubes como Grêmio e Inter que sonham com o bicampeonato mundial. Claro que o título sul-americano é o mais importante que ambos estão disputando. Imaginem para o Grêmio, tornar-se o primeiro brasileiro tetracampeão. Ou para os colorados, igualarem-se em três conquistas com o grande rival. Não importa quando terminará a competição. Mas faltará a chance do bi do mundo.
Sonhando neste momento com uma volta das competições locais, nacionais e internacionais ainda na atual temporada, a falta do Mundial como premiação da Libertadores pode provocar ou reforçar nos torcedores de Grêmio e Inter uma nova ambição. Há muito se cobra da dupla Gre-Nal o tempo em que eles não conquistam o Brasileirão. No Inter já se passa dos 40 anos. A última taça é do tempo da CBD. Entre os tricolores, o título brasileiro remonta a era Felipão e nem é do tempo dos pontos corridos.
Sem a vaga no Catar em disputa, é bem provável que a priorização da competição sul-americana que, como sempre, vai ser adotada, venha a ser muito mais discutida por azuis e vermelhos. Vai ter muita gente dizendo: "Queremos o Brasileirão".