O preço pago por Odair Hellmann pela derrota para o Athletico-PR não é fruto necessariamente da escolha do treinador pela utilização de jovens jogadores para substituir os titulares. Não há críticas também por Natanael ter feito sua estreia ainda sem o condicionamento ideal. O lateral foi bem. O problema maior está no quase um ano sem vitórias longe do Beira-Rio no Brasileirão, muitas vezes com time descaracterizado.
Há, porém, um ponto altamente discutível na escolha do time que começou a partida em Curitiba: a insistência com Santiago Tréllez. O colombiano, de mau desempenho antes do intervalo no Campeonato Brasileiro, não fez nada de diferente na retomada da competição e comprometeu o resultado ao deixar de fazer aquilo que é o bê-a-bá dos atacantes: o gol. E chances não faltaram. Em dois lances em que teve com o gol escancarado, ele fracassou. Toda a ilusão criada por treinos com gols em Atibaia naufragou. Treino é treino, jogo é jogo.
Para quem corretamente foi tão generoso com os garotos colorados, colocando em campo Heitor, Roberto, Nonato e Sarrafiore desde o início, e ainda lançando Erik e Zé Gabriel no segundo tempo, faltou ao técnico uma providência: a escalação de Pedro Lucas na vaga de Tréllez.
Pedro, sem ser uma solução definitiva, mostrou-se útil no Gauchão, mas teve problema de lesão e enfrentou uma natural irregularidade, como acontece com muitos recém-promovidos. Novamente em condições, tem um currículo dentro do Inter bem melhor do que seu concorrente estrangeiro, que chegou a ser preterido por Jonatan Alvez antes da Copa América, mesmo com o clube sabendo que Alvez sairia em seguida.
Sem Guerrero, a melhor opção de avante do Inter segue sendo Rafael Sobis, mas, se a formação necessitar ainda de um homem posicionado, como em Curitiba, a escolha tem que ser Pedro Lucas. Sobre o jovem, pode haver dúvidas quanto à eficácia. Mas o que se viu em campo foi a confirmação daquilo que vem sendo uma certeza.