Toda a expectativa criada pelos torcedores do Inter em torno da estreia de Paolo Guerrero está sendo correspondida, a julgar pelos dois primeiros jogos do centroavante. Os gols marcados contra Caxias e Palestino superam as melhores previsões que podiam ter o técnico, dirigentes ou torcedores.
Mesmo com a amostragem pequena, a comparação com seus antecessores na posição representa uma distância oceânica. Ele já é protagonista, com pouco mais de 150 minutos jogados. A divisão deste protagonismo, porém, não se dá com o ídolo da última década no Beira-Rio. Dentro do campo, D'Alessandro já perdeu sua condição de principal jogador do time, posto assumido na última temporada pelo uruguaio Nico López.
Certamente Nico jamais atingirá o patamar do argentino na história colorada, e dificilmente Guerrero, mesmo com uma chegada avassaladora, se eternizará na vida do clube como D'Alessandro. A questão é técnica.
O jogo contra o Palestino permite aos colorados preverem a formação de uma grande dupla de ataque. Se o clube sonha com títulos em 2019, provavelmente eles serão conquistados por meio destas duas individualidades. O antigo capitão segue sendo importantíssimo para o grupo, mas está se tornando um coadjuvante de luxo na equipe.
Isso não desvaloriza em nada o que ele fez ou ainda faz com a camisa colorada, apenas mostra que o clube pode estar encontrando uma transição razoável para que não haja perda de qualidade no time. Odair Hellmann já tem o mérito de ter administrado esta situação em 2018, quando, sem a maior estrela e, por vezes, a colocando entre os suplentes, chegou ao terceiro lugar no Brasileirão.
Não será surpresa se D'Alessandro começar no banco de reservas no Gre-Nal do próximo domingo (14). Não será a primeira vez, mas provavelmente nunca houve um clássico nos últimos anos em que dentro de campo havia dois jogadores mais importantes do que ele no time.