Parece que os responsáveis pela continuação “normal” do futebol brasileiro estão ignorando diversos fatores que deixam clara a necessidade do Rio Grande do Sul não estar envolvido em algo tão superficial neste momento. A relativização da tragédia chega a assustar. É uma falta de sensibilidade absurda. Como torcedor, apaixonado pelo Inter e o futebol, não tenho vontade de pensar nisso.
Claro que os outros estados e times devem continuar com os jogos. Uma partida de futebol movimenta em várias camadas a economia regional e nacional. Porém, Inter, Grêmio, Juventude e qualquer outra equipe gaúcha precisam de blindagem e garantias para pensar apenas na reconstrução de um povo que está sofrendo. Neste momento, eles estão voltando ao futebol apenas para cumprir tabela. Não é necessário.
Qual a chance de um time que ficou parado e sem treinamento disputar em alto nível as competições contra adversários que estão no auge da temporada? E não podemos ignorar o fator psicológico. Estes profissionais têm família. Presenciaram acontecimentos ruins. Agora estão longe de casa, já que ninguém pensou em algo que pudesse preservar todos os atingidos pelo atual contexto do RS.
Está tudo desequilibrado, e quem comanda o futebol brasileiro apenas ignora. Temos clubes que figuram entre os protagonistas na elite do esporte no país. Porém, a volta forçada os coloca como figurantes. Não é justo em várias camadas, principalmente de forma desportiva e humanitária.