São inúmeros os benefícios econômicos da Expointer. Eles devem ser celebrados e valorizados, ainda no momento de recuperação pelo qual passa o Rio Grande do Sul. Existe, porém, uma outra dimensão, igualmente valiosa, na realização do mais conhecido evento agro do nosso Estado.
Refiro-me a algo imaterial e intangível, ligado à simbologia de uma época em que se redefine o sentido de normalidade. Tradição muitas vezes é confundida, erroneamente, com estagnação. É justamente o contrário. Tradição tem a ver com uma base sólida de valores. Tradição perde o sentido quando vira apenas forma e esquece o conteúdo.
Hoje, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, é também um hub de tecnologia, mas sem jamais abandonar as bases que transformaram o agro gaúcho em referência nacional e global
A Expointer é um exemplo vivo e positivo deste processo. Anos atrás, Esteio era uma vitrine para a pujante pecuária gaúcha. Depois, vieram as transformações. Hoje, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, é também um hub de tecnologia, mas sem jamais abandonar as bases que transformaram o agro gaúcho em referência nacional e global.
Mesmo a tão badalada “disrupção” precisa de uma referência para subverter. É meio, não fim.
Por isso, quando a pilcha e o algoritmo se encontram, o nome disso é crescimento. Quando a sustentabilidade deixa de ser pauta partidária para se transformar em exigência de mercado, todos ganham.
E tem ainda um outro mérito na Expointer, que fica tão perto de grandes centros urbanos: aproximar moradores das cidades de empresas, de processos e de pessoas que trabalham para que haja alimentos, insumos e matérias-primas fundamentais.
Logo depois das enchentes, chegou-se a ventilar a hipótese de cancelar a Expointer deste ano. Seria até compreensível, diante das dificuldades que ainda vivemos. Mas é justamente nesses momentos que a tradição mostra todo o seu valor.
Existe aqui uma corrente, um caminho que começou faz tempo e que nós, hoje detentores e beneficiários desse legado, temos a missão de levar em frente.
Para seguir em direção ao amanhã, de cabeça erguida e confiantes, temos um passado a nos guiar. A Expointer, mesmo para quem não irá visitá-la, é um sinal de confiança, de fé e de futuro.