Cada vez mais, o púbico não vai à Feira do Livro de Porto Alegre para comprar best sellers e lançamentos, mas sim para ver de perto os autores. E isso é bom. A proximidade tão concreta com o público dá um colorido ainda mais especial ao contexto da literatura. Se comprar um livro pela internet é cada vez mais fácil, estar ao lado de Fabrício Carpinejar, Peninha, Martha Medeiros e de tantos outros, muitas vezes ao mesmo tempo, é um privilégio que só acontece uma vez por ano, na Praça da Alfândega.
Ao escrever esse texto, me lembrei de Moacyr Scliar. Numa época em que os escritores eram bem mais reclusos, até porque não havia redes sociais, ele adorava ir onde os leitores – e os ainda não leitores – estavam. Feiras do livro, escolas, eventos em vários cantos do Rio Grande do Sul e do Brasil. Lá estava o Scliar, feliz, falando e ouvindo sobre seus textos. É por isso que a Praça da Alfândega sobrevive e se revigora. Há coisas que só acontecem lá, como o encontro dos que estão aqui e dos que já foram. Uma história com final feliz, mas que nunca termina