É incrível pensar desse jeito, mas é verdade: uma comunidade de vírus tem sido mais eficiente do que a comunidade humana. A gente já aprendeu o que tem de ser feito, mas não faz. A nova variante do coronavírus, que canaliza as atenções de governos, comunidade científica e da população, nada mais é do que a confirmação do óbvio: se não frearmos a circulação do vírus de forma radical e global, ele continuará tentando – e conseguindo - ser mais transmissível.
Estamos há praticamente dois anos nessa queda de braço, mas os bolsões de resistência à vacina e as desigualdades nos fragilizam em relação a um organismo invisível e desprovido da inteligência que, de acordo com nós mesmos, nos sobra. Se é assim, como se explica que eles continuem nos contaminado, apesar de tudo o que aprendemos e dos trilhões que gastamos?
Tenhamos, pois, a inteligência dos vírus: organização, velocidade e sentido coletivo. É isso que eles usam contra nós, mas que não conseguimos ainda usar totalmente contra eles.