Um capítulo chegou ao fim. A novela, não. O voto impresso foi rejeitado pelo Congresso, mas Jair Bolsonaro, pai da ideia, não foi derrotado. O objetivo do presidente é bem maior do que um cédula de papel.
Ele quer lançar dúvidas sobre a lisura da eleição, preparando terreno para a reação a uma eventual derrota em 2022. Nesse contexto, a narrativa bolsonarista sai fortalecida do episódio. Mais uma vez, “eles” (o TSE, o STF, a mídia, os deputados chantageados, a China, as emas, o PT, a esquerda toda, Joe Biden, as vacinas, Chico Buarque, Sergio Moro, Mandetta e Mourão, entre outros) conseguiram impedir que a eleição seja honesta.
É isso que fica para as multidões que compraram o discurso oficial. A votação no Congresso colocou mais fermento na receita da polarização, que terá seu ápice no ano que vem. O antídoto é de difícil fabricação.
Bater de frente é o combustível do presidente democraticamente eleito por milhões de brasileiros.