A covid-19 permanece sendo um desafio no Presídio Central de Porto Alegre. De acordo com a juíza Sonáli da Cruz Zluhan, detentos passaram a não relatar novos casos de contaminação. Quando o teste dá positivo, o doente é levado para o isolamento, o que é considerado uma espécie de castigo para quem prefere ficar na galeria. A administração do presídio admite que esse fenômeno possa estar acontecendo, mas em pouquíssimos casos. A maioria, de acordo com os gestores, está sendo tratada no ambulatório. “Não há descontrole”, garantem os responsáveis.
Pelos cálculos oficiais, houve até agora quatro mortes de detentos do Central por covid-19, todas em hospitais. Nos últimos dias, aumentou o registro de policiais militares e de agentes da Susepe infectados, de acordo com informações repassadas à juíza.
Outra informação interna dá conta de que remédios vêm sendo entregues no presídio por drones que conseguem burlar a vigilância.
Já na Penitenciária Modulada de Charqueadas, os cálculos do juiz Paulo Augusto Oliveira Irion apontam para cerca de 60 casos novos de covid-19 por semana. Restrições às visitas, banhos de sol e deslocamentos internos ajudaram a impedir um quadro ainda pior. Com a redução da entrada de familiares, há impactos no fornecimento de alimentos e produtos de higiene para os detentos.