Recebi uma dezena de emails com críticas à opinião de que as pessoas com mais de 70 anos deveriam ficar em casa e não votar no segundo turno. Para elas, comparecer às urnas é opcional.
Os leitores que me escreveram discordam de mim. Acreditam que a participação cidadã vale o risco imposto pela pandemia. Respeito imensamente e reitero minha visão sobre a função da opinião jornalística: ajudar cada um a formar a sua.
Nas críticas que recebi, há um argumento recorrente. A de que a abstenção grisalha favorece a esquerda e que esta seria a minha intenção oculta. Esse leitores têm razão, em parte. Até pode ser que o voto maduro seja mesmo mais conservador. Eu mesmo escrevi isso reiteradas vezes nas últimas semanas. Mas posso garantir a quem questiona minhas motivações: se fosse comunista, anarquista, nacionalista, budista, panteísta ou monarquista, eu diria exatamente a mesma coisa: se puder, fique em casa, não vote. Por que há muito mais em jogo do que a escolha de um prefeito no dia 29.