Estabelecer critérios para determinar o grau de isolamento de uma região é, ao mesmo tempo, um mapa de saída. O plano apresentado por Eduardo Leite tem esse mérito: o de fixar a certeza de futuro e, ao mesmo tempo, deixar claro que o caminho até lá é possível, mas não será fácil. No seu pronunciamento de terça-feira, porém, o governador levou mais de 15 minutos para explicar os critérios cruzados que determinam o que pode e o que não pode abrir, e sob quais circunstâncias. Se quiser adesão, precisa simplificar o discurso. O plano de Donald Trump, por exemplo, cabe em meia dúzia de frases.
Como a ideia exposta ontem é o ponto de partida de um saudável diálogo com a sociedade, é possível que o formato final do decreto, a ser publicado nos próximos dias, tenha mais fluidez e menos texto. As pessoas precisam compreender a essência da mensagem e comprá-la. A retórica precisa se aproximar mais da publicidade, aquela feita com clareza, transparência e ética.
O saldo é positivo. Precisamos olhar para frente e enxergar uma porta de saída, para que isso nos dê ânimo e força para prosseguir com a disciplina necessária. Negar a realidade ou dizer que a solução é simples pode até ser mais confortável, mas não é real. Eduardo Leite chama a si a responsabilidade nesse momento de crise. Liderar é usar bem o poder, inclusive o de síntese.