Vitória é outra coisa. Essa palavra só poderá ser usada com propriedade quando as mudanças na previdência do funcionalismo e os outros pacotes do Piratini, se aprovados, se transformarem em ações concretas de melhora dos serviços do governo. E isto inclui colocar os salários dos servidores em dia. Antes disso, o que estamos chamado de "vitória de Eduardo Leite" é, na verdade, um meio à espera de seus fins.
O governo ainda não ganhou nada. Ele só ganhará se conseguir devolver à sociedade o que retira dela em forma de impostos e, agora, de contribuições dos servidores para suas aposentadorias. A aprovação do projeto da previdência pelos deputados, que cumpriram com o seu dever de votar, significa, de fato, mais pressão sobre o Piratini. Com injeção extra no caixa, mesmo que não imediata, começam a perder força as desculpas para atrasar salários e descuidar de setores fundamentais, como educação e saúde.
A Assembleia deu ao governador uma faca de dois gumes. Agora sai das costas dos deputados, pelo menos em parte, a eventual responsabilidade pelo raquitismo financeiro do Estado. Ainda faltam os projetos de janeiro, bem mais complicados, porque mexem em temas sensíveis de categorias organizadas. Até lá, falar em vitória é, no mínimo, uma precipitação.