Foram 32 anos como magistrado. Hoje, Arno Werlang, natural de Santo Cristo, é julgado todos os dias em circunstâncias que nada lembram a formalidade dos tribunais. As sessões são de degustação. Os juízes, paladares de consumidores de azeite de oliva.
Arno foi pioneiro na informatização da Justiça gaúcha. Ao se aposentar como desembargador, em 2014, voltou para perto da natureza. Passou a se dedicar aos Olivais da Fonte, indústria localizada em Formigueiro, centro do Estado. A produção chegou a 3 mil litros, acompanhando o crescimento do setor.
No final de semana, Arno e família participaram de uma feira, em Porto Alegre. Na área da antiga Secretaria da Agricultura, na Avenida Getúlio Vargas, se dedicaram a oferecer seus produtos e a dividir conhecimento com o público que enfrentou o frio. Mais do que um negócio, os Olivais da Fonte são uma paixão.
Ao contrário do vinho, o azeite de oliva é melhor quando jovem. Por isso, consumir produtos locais é uma vantagem. Essa é uma das âncoras dessa jovem e promissora indústria gaúcha. Duas décadas atrás, não havia marcas locais.
Hoje, são mais de 20. Mesmo assim, de acordo com o novo Instituto Brasileiro de Olivicultura, mais de 99% do azeite de oliva consumido no Estado ainda vem de fora, o que indica um gigantesco potencial de crescimento. Nesse caso, não há voto divergente. Todos acompanham o relator.