A ideia de criar uma moeda comum entre Brasil e Argentina não é nada original. Mas, assim como surge, desaparece. No final de 2002, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fez uma viagem a Buenos Aires e esta seria uma das propostas apresentadas ao então mandatário argentino, Eduardo Duhalde. A intenção era de que fosse utilizada, em um primeiro momento, apenas no comércio de produtos agrícolas entre os dois países. Mas seria o embrião de uma futura divisa.
Em uma coletiva de imprensa para veículos do Exterior, o à época senador eleito e ministeriável Aloizio Mercadante explicou como funcionaria: seria como criar um mercado comum agropecuário dos dois lados da fronteira. Nas suas vendas para o Brasil, o produtor argentino receberia em pesos, mas no valor equivalente à moeda verde. E vice-versa. Assim, não seria necessário usar dólares. Quem pagaria aos exportadores seriam os bancos centrais de cada país, em moeda local.
Após o presidente Jair Bolsonaro voltar a falar no assunto, na semana passada, essa foi a interpretação na Argentina por quem conseguiu levar mais a sério o assunto. A tal moeda única seria algo apenas para o comércio bilateral. A maior parte dos economistas locais, porém, tratou o ideia com a mesma ironia observada no Brasil.
Carlos Menem e Fernando Henrique Cardoso também conversaram sobre tema. Lula e Cristina Kirchner voltaram ao tema no final da década passada. Nunca vingou.