Árbitro brasileiro, e principalmente gaúcho, entra em campo para equilibrar o jogo. Se dependesse dele, todos os Gre-Nais terminariam zero a zero. É compreensível essa preocupação em um Estado polarizado e no qual muitas vezes é preciso esconder o time para qual se torce ou simpatiza, sob pena de arrumar, imediatamente, milhões de inimigos. O Rio Grande do Sul é o único lugar do mundo onde ser colorado ou gremista é um problema.
Voltando aos árbitros, eles seriam bem mais úteis ao futebol de investissem seu talento em cumprir as regras. Se há oito pênaltis para um lado, azar. É dever assinalá-los, sem a necessidade de compensar. Os árbitros se atrapalham porque frequentemente sentem-se obrigados a pedir desculpas por mostrar um cartão ou marcar um pênalti. Então fazem de tudo para não agir. Com isso, estragam o espetáculo e dão um péssimo exemplo em um país onde o futebol é bem mais que um jogo. Errar convicto de, com isso, estar fazendo alguma espécie de justiça que não cabe ao árbitro fazer é a maior das injustiças.
É na omissão dos árbitros que começam as reclamações dos jogadores, os chiliques dos treinadores e o mimimi dos dirigentes. Árbitro não tem que ser bonzinho nem malvado. Tem que cumprir as regras quando elas são claras. Com isso, precisariam cada vez menos do subjetivo bom senso, que é bom para um lado, mas não é bom para o outro.
Que no Gre-Nal de logo mais o assunto seja outro. Que os árbitros cumpram as regras, os jogadores joguem, os treinadores treinem e a torcida torça. Parece óbvio, mas quase nunca é.