Em um pesquisa inédita, cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul descobriram substâncias presentes na cerveja artesanal que podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares e ajudar quem tem diabetes.
Profissionais das áreas de microbiologia, química e matemática identificaram 72 compostos — de dois tipos diferentes — na bebida. Pelo menos, 12 deles foram encontrados pela primeira vez em cervejas.
Entre os componentes, alguns têm capacidades bioativas, que podem melhorar as condições do sistema cardíaco e serem benéficas em casos de enfermidades como neurotraumas e desordens degenerativas e cognitivas. Os resultados foram publicados na revista científica Food Chemistry.
A pesquisa também mostrou, pela primeira vez na literatura científica, que é possível distinguir diferentes tipos de cerveja a partir da presença ou da ausência desses compostos. Desenvolvido como parte do mestrado da farmacêutica Kamila Cheiran, o trabalho foi orientado pelo professor do Instituto de Ciência e Tecnologia dos Alimentos Jeverson Frazzon.
A análise foi baseada em 81 garrafas de cervejas artesanais de três cervejarias de Porto Alegre, sendo três lotes diferentes para cada um dos três tipos examinados: IPA, Lager e Weiss.
Produzidas em menor escala e com maior atenção aos ingredientes utilizados, as cervejas artesanais demandam períodos mais longos de maturação e contam com compostos bioativos em maior quantidade.