O inspetor Patrício Jardim Antunes, 39 anos, saía de casa, em Dom Pedrito, na segunda pela manhã, quando viu um objeto estranho e cinzas junto à janela. Chegou perto e encontrou restos de um incêndio e uma espécie de garrafa térmica.
Ao mexer no objeto, estranhou o peso. Quando, à noite, o Gate chegou de Porto Alegre, veio a confirmação. Era uma bomba que, por acionamento incorreto, não explodiu.
— Recebi tantas ameaças nos meus oito anos de Polícia que jamais imaginei que poderia acontecer—, revela o policial.
Jardim é casado e tem dois filhos. A família teve de abandonar a casa até que o artefato fosse detonado em um terreno baldio ao lado.
Jardim foi olhar as gravações da câmera de segurança da casa e identificou, às 3h da madrugada de domingo, um elemento de capacete se aproximando, posicionando a mochila e botando fogo nela. Por sorte, o calor não foi suficiente para acionar a pólvora.
O inspetor conta também que, pelos relatos do Gate, a quantidade de explosivo e de pregos seria suficiente para danificar muito a casa, com riscos à família. A esposa de Patrício, que é agente penitenciária, tirou uns dias de folga para estar mais perto dos filhos. A busca por apoio psicológico não está descartada.
Jardim já voltou a trabalhar. Faz questão de ressaltar que tem recebido todo o apoio do comando da Polícia. Um dos primeiros a telefonar o foi chefe, delegado Emerson Wendt.
A Polícia realizou uma série de operações da região nas últimas horas e já há suspeitos presos e identificados.
— Nas últimas 48 horas foram intensas as diligências no sentido de identificar, um por um, os envolvidos neste atentado contra a vida do colega e de sua família. Na noite de ontem, realizamos uma operação e cumprimento de mandados judiciais, sendo que no decorrer dos trabalhos uma mulher foi presa com insumos de recarga de munição, em especial pólvora. As investigações seguem e com importantes progressos — afirma o delegado coordena as investigações, André Matos.