A nova Ponte do Guaíba é uma obra importante. Assim como a duplicação da BR-116. Mas, de uns tempos para cá, o Rio Grande do Sul se especializou em pedir esmolas ao governo federal. “Pelo amor de Deus despeja umas toneladas de asfalto aqui que seremos eternamente gratos”. É correto cobrar de Brasília, mas não apenas desse jeito.
Estamos pedindo o peixe, porque perdemos a capacidade de pescar. Investir na combalida infraestrutura gaúcha não é mais do que a obrigação de qualquer governo federal. Ocorre que nossos pedidos são acanhados e só nos diminuem. Talvez porque nós, ocupados demais com os nossos eternos e ilimitados Gre-Nais, tenhamos empacado no essencial, que é a construção de consensos. Mexer na estrutura dos impostos seria um deles.
Se assim fosse, se menos dinheiro fosse para Brasília e ficasse aqui, decidiríamos nós mesmos quais e quantas pontes construir. É claro que precisamos fazer nossa lição de casa, arrumar essa bagunça construída por nós mesmos nas últimas décadas. Até para que nos tornemos mais atrativos aos investimentos privados. Mas isso não deveria nos impedir de reconhecer nosso lugar na federação brasileira.
Qual o nosso grande projeto? Uma estrada e uma ponte são pouco, muito pouco. E a culpa, nesse caso, não era de Lula, de Dilma ou Temer. Nem será de Bolsonaro.