A animação brasileira Super Drags não deve entrar no menu infantil da Netflix. O Ministério Público Federal, em Minas Gerais, recomenda que o streaming disponibilize o desenho somente no catálogo geral. A série ganhou destaque depois do pedido de cancelamento pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Os cinco episódios contam as aventuras dos jovens Patrick, Donny e Ramon. De dia, os três têm uma vida comum, trabalhando em uma loja. Quando a noite chega, tranformam-se nas drag queens super-heroínas Lemon Chiffon, Safira Cian e Scarlet Carmesim, com o objetivo de reunir a comunidade LGBT.
Para o procurador Fernando de Almeida Martins, autor da recomendação, a intervenção é necessária para preservar os direitos das crianças.
– Vários estudos internacionais importantes comprovam os efeitos nocivos, entre crianças e adolescentes, desse tipo de exposição. É preciso lembrar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece o respeito à integridade, inclusive com relação aos valores – disse Martins.
A classificação indicativa das obras audiovisuais das plataformas streaming, no entanto, é responsabilidade das próprias companhias. O MPF exigiu ainda o envio dos episódios para avaliação.
Em nota enviada para a coluna, a Netflix afirma que, mesmo antes da recomendação do MPF, já tinha planos de disponibilizar a série somente no catálogo adulto:
"A Netflix oferece uma grande variedade de conteúdos para todos os gostos e preferências. Super Drags é uma série de animação para uma audiência adulta e não estará disponível na plataforma infantil. A seção dedicada às crianças combinada com o recurso de controlar o acesso aos nossos títulos faz com que pais confiem em nosso serviço como um espaço seguro e apropriado para os seus filhos. As crianças podem acessar apenas o nosso catálogo infantil e colocamos o controle nas mãos dos pais sobre quando e a que tipo de conteúdo seus filhos podem assistir."