O movimento nas lojas de bicicletas de Porto Alegre é intenso. Funcionários de oficinas da cidade afirmam que a quantidade de "magrelas" vendidas aumentou por conta da falta de combustíveis. A coluna conversou com estabelecimentos em diversos bairros da Capital para entender como a greve dos caminhoneiros está impactando o setor.
– Estamos fazendo também muitos recondicionamentos em bikes que ficaram esquecidas na garagem e estão voltando à ativa – conta o vendedor Gabriel Motta, que trabalha em uma oficina na Avenida Ipiranga. O gerente da loja afirma que o volume de vendas aumentou 10% na última semana.
Tracy Nunes, funcionária de outro estabelecimento, comemora:
- Tá uma loucura essa loja!
O estofador Alexandre Freitas da Silva, de 45 anos, viu na bicicleta a saída para poder se locomover de casa à estofaria durante a greve. Alexandre mora em Viamão e trabalha em Porto Alegre, no bairro Azenha. A pouca gasolina que o carro ainda guarda ficou para a esposa poder ir à faculdade. Pedalando, o trajeto dura cerca de uma hora.
– Eu costumo andar (de bicicleta) nos finais de semana, me ajuda a controlar um problema de saúde. Por causa da greve, desde semana passada estou vindo de bici, né. É perigoso, mas eu gosto – conta, enquanto mostra a Caloi 10 speed, especial para quem percorre grandes distâncias.
Há também quem não subia em uma bicicleta há anos e agora pensa em colocá-la na rotina. Carlos Vilela, de 50 anos, pedala 3,5 quilômetros da residência, no bairro Rio Branco, até o local de trabalho, na Avenida Ipiranga.
– Sempre gostei de bicicleta, aí passando pela ciclovia vi que tem muita gente andando e resolvi tentar. Vou fazer isso outras vezes. Até depois da crise, vou continuar vindo de vez em quando.
Ganha o ciclista e ganha o meio ambiente.